Teorias da Contigência
Tornou-se progressivamente mais claro que o fenómeno da liderança prima por uma crescente complexidade. Desta forma, é infrutífero isolar certos traços psicológicos ou determinados comportamentos para se alcançar a sua compreensão.
Com efeito, o insucesso das teorias anteriores na obtenção de resultados profícuos levou à investigação dos factores situacionais.
Várias abordagens procuram estudar a temática em circunstâncias reais, pretendendo identificar as variáveis situacionais influenciadoras do êxito de um determinado estilo de liderança.
As seis mais significativas são:
- Estilo autocrático-democrático
- Teoria situacional de Hersey Blanchard
- Modelo de Fiedler
- Teoria da troca líder-membro
- Teoria condutora de objectivo
- Modelo de líder participação
Estilo autocrático-democrático
Dos estudos realizados nesta linha de investigação conclui-se que parece haver uma clara ligação entre participação, ou estilo democrático, e satisfação no trabalho. Contudo, os resultados não indicam de modo consistente que haja relação com a produtividade.
Teoria situacional de Hersey Blanchard
- Determinar/Dirigir (tarefa elevada e baixo relacionamento) – Trata-se de um comportamento directivo, pois o líder define papéis e indica o que, quando, como e onde devem ser executadas as tarefas.
- Persuadir (tarefa elevada e elevado relacionamento) – O líder dá a maior parte das orientações e convence os subordinados a adoptarem os comportamentos pretendidos.
- Compartilhar/Participar (tarefa baixa e relacionamento elevado) – Há partilha na decisão entre o líder e os liderados, em que o seu papel é facilitar a comunicação.
- Delegar (tarefa baixa e baixo relacionamento) – O líder dá reduzida direcção e apoio, contudo identifica o problema, deixando aos subordinados a responsabilidade da solução e execução.
A liderança situacional socorre-se de duas dimensões, a tarefa e a relação.
Modelo de Fiedler
Para Fiedler existem três variáveis principais que definem se uma situação é ou não favorável ao líder:
- As relações pessoais com os membros do grupo – relação líder/membro, grau de confiança e respeito dos subordinados para com o líder.
- O grau de estruturação da tarefa atribuída ao grupo – estrutura da tarefa e grau em que a atribuição de uma função se encontra formalizada.
- O poder e a autoridade proporcionados pela posição do líder – poder de posição, nomeadamente de contratar, despedir, promover, etc.
Assim, de acordo com o autor, quanto melhor for a relação com os membros, mais estruturada for a função e mais forte for a posição de poder, mais controlo ou influência terá o líder.
Fiedler verificou ainda que os líderes orientados para a tarefa são bem sucedidos, quer em situações favoráveis quer em circunstâncias desfavoráveis.
Teoria da troca líder-membro
A maioria das análises pressupõem que os líderes tratam os subordinados do mesmo modo. Contudo, o estudo de George Graen evidencia que o líder trata de forma diferente os elementos do seu grupo.
- A pressão do tempo leva o líder a estabelecer sempre uma relação mais próxima com um pequeno grupo dos seus liderados.
- Este pequeno grupo acaba por inevitavelmente receber mais atenção do líder e até mais privilégios, sendo por isso, denominado de “in group”.Os restantes subordinados são apelidados de “out group”.
- Quanto aos critérios de selecção e distinção, estes não são claros, sendo geralmente sobre alguém que à partida possui determinadas características, como idade, sexo, personalidade, universidade, curso, etc.
Teoria condutora de objectivo
Esta teoria foi desenvolvida por Robert House. Parte do princípio que o comportamento do líder é aceite pelos seus subalternos e torna-se fonte da sua satisfação e motivação.
Para testar este paradigma, House identificou quatro comportamentos de liderança:
- Directivo – em que o líder comunica o que espera dos liderados, calendariza o trabalho e orienta a sua execução.
- Apoiante – em que o líder é amigável e demonstra preocupação com as necessidades dos seus subordinados.
- Participativo – em que o líder consulta os seus subalternos e considera as suas sugestões no processo decisório.
- Orientação para a realização – em que o líder estabelece metas desafiantes e espera que os seus subordinados as alcancem ao seu melhor nível.
Modelo Líder – Participação
Este modelo corresponde à mais recente abordagem contingencial, tendo sido proposto por Victor Vroom e Philip Yetton, que enunciam um conjunto de regras sobre a quantidade de participação a tomada de decisão em diversas situações.
Teorias Implícitas de Liderança: cms.gestaodesportiva.webnode.pt/news/teorias%20implicitas%20da%20lideran%C3%A7a/